"não posso apaixonar-me por ti..."
"não te preocupes, isso não vai acontecer."
foi a breve troca de palavras entre os dois, depois de um intenso beijo numa festa. não, aquilo não foi só um beijo, foi um impulso primário, um daqueles que não dá para controlar. foi porque teve mesmo de ser e nada o pôde impedir.
além daquele beijo, pouco mais foi genuíno naquela noite. foi mais uma noite de vaidades, de vícios, de aparências. ambos tinham bebido, não o suficiente para se desculparem com o álcool, mas o mínimo necessário para não sentirem a obrigação de se controlarem. e aconteceu! foi rápido e em local discreto, como se nunca tivesse acontecido.
embora nunca tivessem sido mais do que isso, havia já algum tempo desde que tinham deixado de ser apenas amigos. sem nunca terem falado sobre o assunto o olhar traía-os, e aquele beijo não foi mais do que a expressão das palavras por dizer. e a partir desse dia, embora nada tenha mudado, tudo ficou diferente.
nunca falaram sobre o assunto, nunca aconteceu. uma enorme mentira que ambos teimavam em cravar na mente. "é como se não tivesse acontecido!", "não significou nada!", "ai o álcool...".
numa viagem a três, e sempre com álcool à mistura, chegaram a andar na rua de mãos dadas. atrás das costas, super discretos, achavam eles. talvez o álcool os fizesse acreditar que o terceiro elemento tinha um retardamento mental e não percebia... mas isso não importava, era mais forte que eles. passava a noite, vinha o dia e eram novamente amigos, só amigos.
por muitos anos continuaram amigos. só amigos. nunca sequer combinaram um café. colegas, talvez fossem apenas colegas. os anos foram passando e nunca mais tocaram no assunto. ele seguiu com a sua vida longe dela, ela imitou-o.
"estava apaixonado por ti!", disse-lhe ele, 6 anos volvidos, "se calhar não te lembras, mas demos um beijo!". ela lembrava-se. lembrava-se tão bem! "claro que me lembro!" respondeu-lhe, sem mencionar o facto de também ela ter estado completamente apaixonada por ele, "e andamos de mãos dadas na rua...". os sentimentos tinham mudado, é certo, mas continuavam a ter a cumplicidade de sempre. uma daquelas raras que se sente só com o olhar. um olhar e um sorriso...
conversaram durante horas. ele pediu-a em casamento da forma mais "e se casássemos?" possível, ela ficou de lhe enviar o número do anel para que ele pudesse começar a tratar dos preparativos. fizeram planos: ele ia trabalhar para o estrangeiro, ela ia ser dondoca ao lado dele. iam ser muito felizes, tinham a certeza!
ela não chegou a enviar o número do anel.
talvez marquem um jantar um dia ou... talvez se mantenham amigos, só amigos. para sempre...
embora nunca tivessem sido mais do que isso, havia já algum tempo desde que tinham deixado de ser apenas amigos. sem nunca terem falado sobre o assunto o olhar traía-os, e aquele beijo não foi mais do que a expressão das palavras por dizer. e a partir desse dia, embora nada tenha mudado, tudo ficou diferente.
nunca falaram sobre o assunto, nunca aconteceu. uma enorme mentira que ambos teimavam em cravar na mente. "é como se não tivesse acontecido!", "não significou nada!", "ai o álcool...".
numa viagem a três, e sempre com álcool à mistura, chegaram a andar na rua de mãos dadas. atrás das costas, super discretos, achavam eles. talvez o álcool os fizesse acreditar que o terceiro elemento tinha um retardamento mental e não percebia... mas isso não importava, era mais forte que eles. passava a noite, vinha o dia e eram novamente amigos, só amigos.
por muitos anos continuaram amigos. só amigos. nunca sequer combinaram um café. colegas, talvez fossem apenas colegas. os anos foram passando e nunca mais tocaram no assunto. ele seguiu com a sua vida longe dela, ela imitou-o.
"estava apaixonado por ti!", disse-lhe ele, 6 anos volvidos, "se calhar não te lembras, mas demos um beijo!". ela lembrava-se. lembrava-se tão bem! "claro que me lembro!" respondeu-lhe, sem mencionar o facto de também ela ter estado completamente apaixonada por ele, "e andamos de mãos dadas na rua...". os sentimentos tinham mudado, é certo, mas continuavam a ter a cumplicidade de sempre. uma daquelas raras que se sente só com o olhar. um olhar e um sorriso...
conversaram durante horas. ele pediu-a em casamento da forma mais "e se casássemos?" possível, ela ficou de lhe enviar o número do anel para que ele pudesse começar a tratar dos preparativos. fizeram planos: ele ia trabalhar para o estrangeiro, ela ia ser dondoca ao lado dele. iam ser muito felizes, tinham a certeza!
ela não chegou a enviar o número do anel.
talvez marquem um jantar um dia ou... talvez se mantenham amigos, só amigos. para sempre...
2 comentários:
Não deixa de ser uma história linda, contada na terceira pessoa. Ficamos à espera do final feliz ... :)
P.S. - Já pensaste em escrever um livro? ... é que escreves tão bem! :D
muito obrigada, jolie!! :)
Enviar um comentário