o dia 1 de junho de 2014 já estava reservado na minha agenda desde 2013. estivessem 45ºC à sombra ou chovessem picaretas, ontem era "o" dia e eu não poderia faltar por nada deste mundo.
tudo foi preparado ao pormenor, não faltava uma palavra no missal nem a mais pequena decoração foi negligenciada. a mãe tinha tudo controlado, como é seu hábito desde que a conheço. eu, por outro lado, e despassarada como sou, comecei a falhar ainda antes do grande dia. no dia anterior quis verificar qualquer coisa no missal, que a mamã me tinha dado com quase duas semanas de antecedência (eu disse que ela tinha tudo controlado!) e... missal de grilo! procurei por todo o lado, com a certeza de que tinha levado o missal comigo, mas não encontrei - tinha deixado o missal no porto! raio-da-gaja-que-não-consegue-fazer-nada-em-condições-e-devia-ter-vergonha-de-ser-uma-madrinha-desnaturada!! fiquei triste... "sou tão desnaturada!", "devia ter feito um double-check, ou um triple-check, à lista das coisas necessárias para o dia!", "sou uma vergonha! como vou dizer à mamã que deixei o missal no porto, sem que ela tenha dúvidas sobre a escolha que fez para a madrinha do seu filho?", "fuck, fuck, fuck!!" ela, por outro lado, disse-me: "não stresses, amanhã dou-te outro!", "não te preocupes com isso!". com isto consegui concluir que às vezes sou uma pessoa horrível e que tenho de me esforçar mais. decidi, então, que no dia seguinte tudo correria às mil maravilhas: nada falharia por minha culpa!
estava errada! apesar de ter feito todos os esforços para que o dia corresse na perfeição consegui meter a pata na poça mais uma vez.
levantei-me cedinho para ter a certeza de que não chegaria atrasada ao evento. arranjei-me e fui ter com o resto do pessoal que ia comigo. combinamos encontrar-nos a uma hora folgada, para não nos atrasarmos, mas embala isto, embala aquilo, e falta esta folha e aquele papel, saímos um bocadinho mais tarde do que o previsto. tudo minimamente controlado até... o trânsito parar por haver uma corrida no meio da estrada!! no meio da estrada!! o pânico, o horror! eu já transpirava por todos os poros, o meu coração já estava em modo rave e o meu cérebro simplesmente fez pausa. não sabia o que fazer. estava a entrar em pânico quando recebi uma chamada da mamã:
- olá! então, já estás a chegar?
e foi nesta altura que me apeteceu chorar. não podia acreditar que a ia deixar ficar mal naquele dia tão importante. "sou uma besta!".
- estou parada na estrada... há uma corrida ali à frente... desculpa!! não sei o que fazer....
- tem calma, não stresses! vem com calma. - dizia-me ela, enquanto provavelmente pensava "fuck, fuck, fuck!" (ela não pensa estas coisas, isto sou eu, mas imagino que tenha pensado outras, com o mesmo significado, mas em versão mais católica).
o trânsito finalmente voltou a andar. a minha vida continuou. tive vontade de atropelar todos os ciclistas que me apareceram à frente e, no resto da viagem, ignorei todas as regras do código da estrada que alguma vez aprendi. eu estava em missão e não eram elas que iam impedir-me de a completar com êxito. cheguei, parei o carro em segunda fila, liguei os 4 piscas, deixei todos os meus pertences dentro do carro e fui a correr para o cartório. foi um êxito parcial, uma vez que cheguei atrasada, mas felizmente conseguimos fazer tudo o que era necessário, com poucos (isto é relativo) minutos de atraso. não sei quantas vezes é possível pedir desculpa em 2 minutos, mas acho que dei o meu melhor para bater esse recorde.
assinamos o livro. (é oficial - eu sou a madrinha daquele menino lindo e sorridente!) a cerimónia religiosa correu muito bem. o bebé sorriu e portou-se lindamente. os pais estavam orgulhosos e felizes. os avós também. eu também. o bebé é oficialmente um membro da família católica.
afinamos... bastante! (eu sei que este conceito não existe, mas... foi lindo!) desafio superado, a nossa prestação foi largamente aclamada pelo público! (o que aconteceu foi que convoquei a família para cantar no baptizado do meu afilhado e toda a gente estava convencida de que era um coro profissional contratado para o efeito!) missão cumprida com sucesso!
levantei-me cedinho para ter a certeza de que não chegaria atrasada ao evento. arranjei-me e fui ter com o resto do pessoal que ia comigo. combinamos encontrar-nos a uma hora folgada, para não nos atrasarmos, mas embala isto, embala aquilo, e falta esta folha e aquele papel, saímos um bocadinho mais tarde do que o previsto. tudo minimamente controlado até... o trânsito parar por haver uma corrida no meio da estrada!! no meio da estrada!! o pânico, o horror! eu já transpirava por todos os poros, o meu coração já estava em modo rave e o meu cérebro simplesmente fez pausa. não sabia o que fazer. estava a entrar em pânico quando recebi uma chamada da mamã:
- olá! então, já estás a chegar?
e foi nesta altura que me apeteceu chorar. não podia acreditar que a ia deixar ficar mal naquele dia tão importante. "sou uma besta!".
- estou parada na estrada... há uma corrida ali à frente... desculpa!! não sei o que fazer....
- tem calma, não stresses! vem com calma. - dizia-me ela, enquanto provavelmente pensava "fuck, fuck, fuck!" (ela não pensa estas coisas, isto sou eu, mas imagino que tenha pensado outras, com o mesmo significado, mas em versão mais católica).
o trânsito finalmente voltou a andar. a minha vida continuou. tive vontade de atropelar todos os ciclistas que me apareceram à frente e, no resto da viagem, ignorei todas as regras do código da estrada que alguma vez aprendi. eu estava em missão e não eram elas que iam impedir-me de a completar com êxito. cheguei, parei o carro em segunda fila, liguei os 4 piscas, deixei todos os meus pertences dentro do carro e fui a correr para o cartório. foi um êxito parcial, uma vez que cheguei atrasada, mas felizmente conseguimos fazer tudo o que era necessário, com poucos (isto é relativo) minutos de atraso. não sei quantas vezes é possível pedir desculpa em 2 minutos, mas acho que dei o meu melhor para bater esse recorde.
assinamos o livro. (é oficial - eu sou a madrinha daquele menino lindo e sorridente!) a cerimónia religiosa correu muito bem. o bebé sorriu e portou-se lindamente. os pais estavam orgulhosos e felizes. os avós também. eu também. o bebé é oficialmente um membro da família católica.
afinamos... bastante! (eu sei que este conceito não existe, mas... foi lindo!) desafio superado, a nossa prestação foi largamente aclamada pelo público! (o que aconteceu foi que convoquei a família para cantar no baptizado do meu afilhado e toda a gente estava convencida de que era um coro profissional contratado para o efeito!) missão cumprida com sucesso!
desculpa qualquer coisinha, comadre (uau, nunca pensei vir a escrever isto num post...), prometo que vou esforçar-me muito por acompanhar o teu menino em todos os momentos da sua vida e contribuir, em tudo o que me for possível, para que seja uma pessoa muito feliz!
e, nesta história toda, só há uma coisa que ainda não percebi: porque foram aqueles queridos pais escolher-me, a mim, para ser madrinha do seu bem mais precioso? ainda fico radiante de cada vez que penso nisso!
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