sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A menina da festa de aniversário

A minha festa de aniversário deste ano foi muito divertida, barulhenta, regada e potenciadora de separações massivas.

Ah? Say what?

É que, quando me apercebi, a coisa já tinha descambado e metade dos meus convidados estavam metidos no kizomba uns contra os outros. Uns com os outros. Nem sei, estava uma confusão pegada e às vezes era difícil perceber onde começava um e acabava o outro.

Fiz um pedido especial ao amigo que se sentou ao meu lado:

- Não deixes que encham o meu copo, para não ter de beber muito quando cantarem a musiquinha para mim, ok?

[A musiquinha é a seguinte: e se a numbi que ser da nossa malta tem de beber esse copo até ao fim, até ao fim...]
[É que metade dos meus convidados eram meus colegas da escolinha e eu já sabia, por experiências anteriores, que eles iam cantar a musiquinha até à exaustão.]

Ele portou-se lindamente e eu consegui acabar o jantar quase tão sóbria como o comecei, ao contrário de grande parte dos meus convidados que ora dançavam kizomba, ora faziam discursos em cima das mesas, ora faziam danças sexy na montra do restaurante, ora aterravam de cabeça na rua. A loucura, portanto!!

A ideia inicial era jantarmos e irmos para a baixa beber uns copos. Naturalmente, beberam-se copos suficientes ao jantar para que "ir para os copos" deixasse de ser uma prioridade, naquela noite. As horas foram passando e o povo não desmobilizava. Tinham pilhas, era álcool, drogas, não sei, mas comecei a ficar preocupada com o pessoal do restaurante que, com certeza, não estaria para aturar uma cambada de bêbados até altas horas da madrugada.

Errado.

Não tenho plena noção das horas, mas não estaríamos muito longe das duas da manhã quando nos foi solicitado que descêssemos (porque o jantar se realizou no 1º piso do restaurante) e pagássemos (para nos irmos embora, pensei eu). Passei cerca de meia hora a tentar convencer a malta a descer e a pagar. Quando finalmente desci, foi com grande espanto que encarei a pista de dança em que se tinha transformado o rés-do-chão do restaurante. A dona do restaurante servia finos e discos pedidos (maioritariamente kizomba porque, mesmo sendo a aniversariante, a minha opinião contava mesmo muito pouco) e os funcionários a aproveitarem, também eles, para dar um pezinho de dança. Isto durou até às quatro da matina.

Porque só escreveste isto hoje, numbi? Porque ontem a dona do restaurante ligou-me a perguntar porque não tenho ido lá:

- Não tem vindo cá quando eu cá estou e já perguntei aos meus funcionários se têm visto a menina da festa de aniversário.

"A menina da festa de aniversário", foi a proporção que as coisas tomaram.

PS: Não tenho ido lá porque a minha empresa se mudou para Gaia. Não fiquei traumatizada.

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