o problema

achamos que temos um problema quando a nossa razão entra em conflito com os nossos sentimentos. quando a nossa vontade se afasta do senso comum e nos arrasta rumo ao desconhecido. quando o que queremos não corresponde ao que idealizamos. quando perdemos o controlo sobre argumento da nossa própria vida.

mas será a razão a responsável pelo nosso fascínio por desportos radicais e corridas de alta velocidade? não! o perigo desperta em nós uma curiosidade alucinada que nos impede de sermos razoáveis.

será o senso comum que nos diz para bebermos álcool e comermos francesinhas quando bem nos apetece?não! sabemos que fazer isso é pouco sensato, face a toda a informação a que temos acesso sobre a matéria, mas sabe tãaaao bem.

começar a trabalhar aos 23, arranjar um namorado aos 25, casar aos 28, ter um filho aos 30, uma filha aos 32, uma carrinha volvo algures ali pelo meio e um emprego estável e bem pago, que me permita acompanhar o crescimento das crianças e viver em função dos seus feitos, parece-me um bom plano mas, além de ser too little too late, não é programável. idealizável mas não programável.

então, poderemos nós dizer que temos um problema sempre que nos encontramos perante uma destas situações desconfortáveis, que nos obrigam a reflectir e a tomar decisões nem sempre razoáveis e sensatas? serão estas decisões, inevitavelmente, escolhas do tipo "do mal o menos"? não serão estas as decisões que nos definem como pessoas e nos conduzem aos grandes acontecimentos da vida? embora seja essencial, a sensatez é monótona, transforma-nos em ovelhinhas num rebanho. às vezes é necessário tresmalharmos. mudarmos de rumo. a sensatez mantém-nos em modo de sobrevivência mas, por vezes, precisamos de mais do que sobreviver, precisamos de viver!

"insanidade é continuar a fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes." einstein. a sensatez pode conduzir-nos à insanidade.
"eu não falhei, eu descobri 10.000 maneiras que não funcionam." edison. a razão pode levar-nos à desistência.

seremos nós incapazes de escrever um novo argumento à medida que a nossa história se vai desenrolando?

não, não são problemas, são desafios. e os desafios superam-se.