terça-feira, 10 de março de 2015

#3 negociação - sede de vingança

foram dias difíceis os que se seguiram àquele.

o que poderá passar pela cabeça de alguém para dar 27% de avaliação de desempenho a um colaborador, se ele não for um anormal de primeira que não vê um boi à frente, nem que ele lhe dê um estalo na cara? (já sei que os bois não esbofeteiam as pessoas, mas dá para perceber a ideia, não dá?) sim, eu sei que existe o 26, mas damn, não será exagerado?

imaginei mil conversas com a besta, algumas acabavam bem outras nem por isso. e, embora já estivesse convencida de que ele tinha sido muito injusto na avaliação que tinha feito, ainda o sentia a espezinhar a minha auto-estima. essa já ninguém conseguia salvar, estava moribunda. havia algo de errado comigo, só podia haver!!

naqueles dias, eu não conseguia fazer raciocínios lógicos. nem queria! o que eu queria mesmo era vingar-me dele e do mal que ele me tinha feito! queria lá saber do trabalho e de como poderia melhorar, o que eu queria era magoá-lo como ele me tinha magoado a mim! queria pisar-lhe o pé partido e dizer "dói, não dói?? é para saberes o que é bom, seu anormal!!". 


embora tivesse lido, ao pormenor, todos os pontos da avaliação que me tinha sido atribuída, não estava minimamente preparada para reunir com ele. por mim teria ido embora da empresa sem sequer voltar a dirigir-lhe a palavra. mas dizem que as pessoas grandes não fogem, que as pessoas grandes enfrentam os problemas, que é a conversar que as pessoas grandes se entendem e blá blá blá pardais ao ninho. ia mesmo ter de acontecer! e aconteceu.

no dia em que a besta regressou da baixa médica liguei-lhe para reunir com ele "queria falar consigo por causa da minha avaliação de desempenho.".

já estava derrotada quando fui ter com ele. creio que mesmo que ele quisesse negociar alguma coisa comigo eu não lhe teria dado hipótese de o conseguir. a reunião serviu apenas para lhe insuflar o ego, porque eu estava convencida de que nenhum resultado positivo sairia dali. fui mostrar-lhe que sou fraca e que não tenho capacidade de reacção perante situações de stress emocional.

"boa, numbi, é essa a atitude... not!!" pode estar o professor a pensar. mas, na realidade, esta era a única reacção possível, dado o meu estado emocional. era isso ou enveredar pelo submundo do crime. até correu bem!

Sem comentários: