no outro dia pregava a um amigo sobre o interesse de sabermos as razões pelas quais as pessoas gostam ou não gostam de nós. pregava como quem percebe dessas coisas, como quem sabe exactamente do que está a falar. e, na altura, mesmo sabendo do que falava, nada do que ia dizendo me afectava. porque falar sobre a vida dos outros é mesmo fácil e não dói nada.
na realidade temos dois pesos e duas medidas. ninguém precisa de saber porque é que os outros gostam de si. na realidade, o simples facto de gostarem é suficiente. tudo o que vem por acréscimo não passa de um elogio gratuito. "é porque tens uns olhos fantásticos!" "é porque tens muita piada!" "és linda!" "és maravilhosa!" "super inteligente!" "adoro tudo em ti!" e pronto. mas quando se trata de não gostar, aí os casos tornam-se bastante mais complexos, porque toda a gente quer e precisa de saber o porquê de alguém não gostar de si. "são os meus olhos?" "achas que não tenho piada?" "sou feia?" "sou uma aberração?" "sou burra?" "não gostas de mim porquê??, porquê??" "foi alguma coisa que eu fiz?" "foi alguma coisa que eu disse?" "foi alguma coisa que não fiz e deveria ter feito ou não disse e deveria ter dito?" "porquê??" a auto-confiança esvai-se e fica a dúvida "será que há algo errado comigo?". e quem não gosta não quer ou não sabe explicar o porquê de não gostar. oh pá, foi aquele pequeno detalhe que matou o sentimento, foi aquela atitude, aquele gesto. e estas coisas não se explicam, estas coisas acontecem, sentem-se e e não há nada a fazer. perdeu-se a magia. gone!
e é neste jogo que passamos as nossas vidas. tenho cá para mim que nunca chegamos a livrar-nos da idade dos porquês. it keeps coming back...
1 comentário:
... don't worry about it and enjoy your time in this short life we have.
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