Chorei descontroladamente quando me disseram que ia ser internada. Chorei até deixar de ouvir a médica. Perguntei se podia chamar o meu marido, para que alguém ouvisse o que ela estava para ali a dizer.
O cenário ainda não era dramático, mas o bebé poderia ter de nascer a qualquer altura, no caso de as coisas se complicarem. Certo. A ideia era monitorizar alguns parâmetros, gerindo o compromisso entre a saúde da mãe e a idade gestacional do bebé. Enquanto não houvesse perigo para a mãe deixariam o bebé desenvolver-se na barriga.
Passaram poucos dia até me dizerem:
- Amanhã de manhã não vai tomar pequeno almoço. A enfermeira vem cá colher sangue e tem de esperar pelos resultados. Se estiver tudo bem toma o pequeno almoço, se não estiver o bebé tem de nascer e você já está em jejum.
Se, por um lado, a situação era assustadora, por outro lado sabia que estava no sítio certo para enfrentar o que fosse preciso, que ali fariam o melhor que pudessem por mim e pelo meu bebé.
Comecei a ficar mais preocupada quando, passado uma semana de estar internada, entrou outra grávida com os mesmo sintomas, às 30 semanas de gestação, e o bebé teve de nascer passado 1 ou 2 dias porque estava em dificuldades. Nasceu com problemas respiratórios e outras complicações, talvez mais graves. A partir desse dia, sempre que vinham fazer ou dizer o que quer que fosse, eu só conseguia perguntar se o bebé estava bem. Diziam-me sempre que sim.
Depois de uma semana a fazer análises diariamente para controlar os parâmetros sanguíneos - que, em teoria, determinariam o nascimento precoce do bebé, eis que chega o dia de fazer uma ecografia "de rotina":
- O seu bebé está muito pequenino. Não está a crescer como devia.
- Mas está bem?
- Sim, mas está com restrição de crescimento.
Nesse mesmo dia, duas médicas sentaram-se ao meu lado e explicaram que não valia a pena persistir com a gravidez, que o bebé cresceria melhor "cá fora". Nasceria no dia seguinte, às 34 semanas.
E assim foi, no dia 5 de dezembro de 2018, às 12:30, nasceu o meu pequeno príncipe, pequenino, enrugado e aos gritos. "Este ainda não saiu e já está aos gritos." foi o que disse a médica, para meu grande alívio, quando retirou o pequeno do seu ninho.
Vi-o, de relance, quando a médica o elevou - qual cena do rei leão - e depois levaram-no. Voltaram com ele embrulhadinho e disseram que era mesmo só por uns segundos, para eu o sentir. Foram uns 10 ou 20 segundos transcendentes, arrebatadores, até voltarem a levar o meu bebé, porque ele era muito pequenino e o tempo estava muito frio. Foi para a Neonatologia. Só o voltei a ver no dia seguinte.
O cenário ainda não era dramático, mas o bebé poderia ter de nascer a qualquer altura, no caso de as coisas se complicarem. Certo. A ideia era monitorizar alguns parâmetros, gerindo o compromisso entre a saúde da mãe e a idade gestacional do bebé. Enquanto não houvesse perigo para a mãe deixariam o bebé desenvolver-se na barriga.
Passaram poucos dia até me dizerem:
- Amanhã de manhã não vai tomar pequeno almoço. A enfermeira vem cá colher sangue e tem de esperar pelos resultados. Se estiver tudo bem toma o pequeno almoço, se não estiver o bebé tem de nascer e você já está em jejum.
Se, por um lado, a situação era assustadora, por outro lado sabia que estava no sítio certo para enfrentar o que fosse preciso, que ali fariam o melhor que pudessem por mim e pelo meu bebé.
Comecei a ficar mais preocupada quando, passado uma semana de estar internada, entrou outra grávida com os mesmo sintomas, às 30 semanas de gestação, e o bebé teve de nascer passado 1 ou 2 dias porque estava em dificuldades. Nasceu com problemas respiratórios e outras complicações, talvez mais graves. A partir desse dia, sempre que vinham fazer ou dizer o que quer que fosse, eu só conseguia perguntar se o bebé estava bem. Diziam-me sempre que sim.
Depois de uma semana a fazer análises diariamente para controlar os parâmetros sanguíneos - que, em teoria, determinariam o nascimento precoce do bebé, eis que chega o dia de fazer uma ecografia "de rotina":
- O seu bebé está muito pequenino. Não está a crescer como devia.
- Mas está bem?
- Sim, mas está com restrição de crescimento.
Nesse mesmo dia, duas médicas sentaram-se ao meu lado e explicaram que não valia a pena persistir com a gravidez, que o bebé cresceria melhor "cá fora". Nasceria no dia seguinte, às 34 semanas.
E assim foi, no dia 5 de dezembro de 2018, às 12:30, nasceu o meu pequeno príncipe, pequenino, enrugado e aos gritos. "Este ainda não saiu e já está aos gritos." foi o que disse a médica, para meu grande alívio, quando retirou o pequeno do seu ninho.
Vi-o, de relance, quando a médica o elevou - qual cena do rei leão - e depois levaram-no. Voltaram com ele embrulhadinho e disseram que era mesmo só por uns segundos, para eu o sentir. Foram uns 10 ou 20 segundos transcendentes, arrebatadores, até voltarem a levar o meu bebé, porque ele era muito pequenino e o tempo estava muito frio. Foi para a Neonatologia. Só o voltei a ver no dia seguinte.
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