Não fazendo ideia do que estou a falar, preferia que o meu bebé tivesse nascido de parto natural. Porque é natural. Porque tem, em teoria, uma recuperação mais rápida. Porque acontece, em teoria, quando está tudo pronto para acontecer.
Não tendo sido possível, o meu bebé nasceu de cesariana. Cesariana programada no dia anterior. Sem direito a aulas de preparação para o parto, claro - que uma pessoa internada não vai às aulas.
Estava bastante calma quando me levaram para fazer a cesariana. Estranhamente zen (mesmo depois de me estacionarem uma boa meia hora à porta da sala de operações, à espera da equipa anestesista). Mas, não fosse eu ter uma experiência de parto agradável, lá chegou a equipa anestesista para normalizar a situação e me deixar no limiar de uma crise nervosa. Eu sei, e compreendo, que o procedimento de aplicar uma epidural tem de ser super rápido e eficaz, em determinadas situações, mas - opinião de quem não percebe bolha sobre o assunto - podiam avaliar as situações caso a caso e actuar em conformidade!
O meu parto, por exemplo, foi um caso gritante de "vão com calma que eu não tenho pressa nenhuma!" / "por favor, façam as coisas devagar e vão explicando tudo, como se eu fosse uma criança de 5 anos." / "vocês sabem que não tirei o curso, não sabem?" / "eeeeiiii, deslarguem-me!!". Mas não. Estamos a falar de robôs em missão - fofos e eficientes e tudo e tudo, mas robôs em missão.
"Sente-se na marquesa", "mais para a frente", "menos", "endireite as costas", "curve as costas", "abrace a almofada" e, enquanto me borrifavam as costas com álcool etílico gelado iam repetindo "não se mexa!", como se isso fosse, sequer, possível! Simultaneamente, um batalhão derobôs enfermeiras manejam-me a alta velocidade para me "instrumentarem" para a intervenção. Não faço a menor ideia de quanto tempo aquilo durou mas, na minha cabeça, foi como se me tivessem dado uma injecção de stress.
- Está pronta! - "mais um cliente satisfeito", devem ter pensadoos robôs as enfermeiras.
Não estava pronta. Nem satisfeita. E começava a não sentir os dedos dos pés, o que me stressava ainda mais!
Chegou a equipa médica e em menos de nada o bebé estava cá fora. Depois foi "só" coser tudo outra vez no sítio, mais coisa menos coisa, e estava prontinha! "Prontinha", sabem? "Obrigada por ter vindo e até à próxima." e eu sem bebé, deitada numa cama encostada ali à porta da sala de operações e sem sentir os dedos dos pés! Prontinha...
O que eu não sabia era que nesta altura, e apesar de tudo, ainda estava super bem! Morfina, acho.
Só voltei a ver o meu filho no dia seguinte.
Não tendo sido possível, o meu bebé nasceu de cesariana. Cesariana programada no dia anterior. Sem direito a aulas de preparação para o parto, claro - que uma pessoa internada não vai às aulas.
Estava bastante calma quando me levaram para fazer a cesariana. Estranhamente zen (mesmo depois de me estacionarem uma boa meia hora à porta da sala de operações, à espera da equipa anestesista). Mas, não fosse eu ter uma experiência de parto agradável, lá chegou a equipa anestesista para normalizar a situação e me deixar no limiar de uma crise nervosa. Eu sei, e compreendo, que o procedimento de aplicar uma epidural tem de ser super rápido e eficaz, em determinadas situações, mas - opinião de quem não percebe bolha sobre o assunto - podiam avaliar as situações caso a caso e actuar em conformidade!
O meu parto, por exemplo, foi um caso gritante de "vão com calma que eu não tenho pressa nenhuma!" / "por favor, façam as coisas devagar e vão explicando tudo, como se eu fosse uma criança de 5 anos." / "vocês sabem que não tirei o curso, não sabem?" / "eeeeiiii, deslarguem-me!!". Mas não. Estamos a falar de robôs em missão - fofos e eficientes e tudo e tudo, mas robôs em missão.
"Sente-se na marquesa", "mais para a frente", "menos", "endireite as costas", "curve as costas", "abrace a almofada" e, enquanto me borrifavam as costas com álcool etílico gelado iam repetindo "não se mexa!", como se isso fosse, sequer, possível! Simultaneamente, um batalhão de
- Está pronta! - "mais um cliente satisfeito", devem ter pensado
Não estava pronta. Nem satisfeita. E começava a não sentir os dedos dos pés, o que me stressava ainda mais!
Chegou a equipa médica e em menos de nada o bebé estava cá fora. Depois foi "só" coser tudo outra vez no sítio, mais coisa menos coisa, e estava prontinha! "Prontinha", sabem? "Obrigada por ter vindo e até à próxima." e eu sem bebé, deitada numa cama encostada ali à porta da sala de operações e sem sentir os dedos dos pés! Prontinha...
O que eu não sabia era que nesta altura, e apesar de tudo, ainda estava super bem! Morfina, acho.
Só voltei a ver o meu filho no dia seguinte.
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