há quase dois anos conheci um rapaz num casamento.
acho que nunca tinha visto aquela cara na minha vida mas, aparentemente,
tínhamos partilhado a mesma faculdade durante quatro anos e até tínhamos amigos
em comum, por incrível que pareça... (não parece, eu sei, mas podia parecer…)
gente pouco sociável, instalações grandes, coisas que acontecem. até aqui nada
novo.
começamos a falar, eu e o amigo dos meus amigos, não com
muita frequência nem com nenhuma intenção que não fosse a primeira. facilmente
percebi que ele é uma daquelas pessoas interessantes que responde ao sarcasmo
com sarcasmo e ainda faz um comentário sarcástico logo de seguida. é
inteligente, o rapaz, pronto. e culto também é. falávamos de tudo um pouco e
especialmente de trabalho. o dele, porque o meu é facilmente resumível em três
ou quatro palavrinhas (que não vou escrever aqui, por causa da minha religião…). soava sempre super profissional e tinha um trabalho
interessante e reconhecido (não faço a menor ideia do que estou para aqui a
escrever, isto é tudo muito teórico para mim) mas no que tocava a romance o
rapaz era inseguro qb. um dia, porém, naquela conversa da treta “novidades?” e diz-me ele que conheceu uma rapariga… uma rapariga… “sério? isso é muito bom!!”
mas não sabia se haveria de falar com ela ou não, é que havia mais gente a
acha-la interessante e por isso não sabia se haveria de tentar a sua sorte. tentou. correu bem. um dia mostrou-me uma fotografia da felizarda “é mesmo bonita!!”
disse eu com ar de wow “achas que é demasiado bonita para mim?”, inseguro,
“não, claro que não! só estou a contatar um facto!”. não só tinha arranjado uma namorada como tinha arranjado uma namorada muito gira. a vida corria-lhe bem!
pouco tempo depois foi a minha vez de lhe contar sobre a
minha sorte. tinha conhecido um rapaz… não, não era apenas um rapaz, era “o” rapaz!
não namorávamos mas… ele era especial! muito especial! eu estava
feliz! e, cada um entretido com a sua sorte, quase deixamos de
falar. um raríssimo “ola, está tudo bem?” resumiria os nossos diálogos nos
últimos meses.
há uns tempos atrás o amigo dos meus amigos veio falar comigo. "olá!"s, "está
tudo bem?"s, "novidades?"s. para a frente e para trás até que o informei: “o meu romance morreu”, “mas não era “o”
romance?”, “era, mas pelos vistos todos os romances são “o” romance até deixarem
de o ser… então e o teu romance, como vai?”, “vou casar! pedi-a em casamento e…
ela aceitou!” o rapaz ainda não sabe muito bem como é que a felicidade aterrou
ali no colo dele, mas a felicidade é para aproveitar e não para analisar! “mas estamos os dois tristes", dizia-me ele, "ela
está longe e não vamos ver-nos nos próximos meses…”, (dejá vu, bad bad bad, eu
não quero agoirar mas isso pode correr mal, eu estava lá, ninguém me contou…) “quantos
meses?”, “até maio…”, “oh, isso é provisório e maio está já aí!”, “sim, se não
fosse provisório eu ia já a correr!!”, “sim, sim, eu já ouvi isso antes… durou
poucos meses…”. demorei poucos segundos a pedir desculpa por ter sido estúpida,
ele fez piadas sobre o meu comentário infeliz e continuamos a conversa. “conta-me
tudo, vá!”, “é uma história simples…” disse ele “boy meets girl, boy falls for
girl, they get married!”, “é uma história simples, como todas as histórias de
amor deveriam ser!”.
fiquei muito feliz por ele! e por ela! e pela simples
história de amor que terão para contar aos netos!
ainda há razões para acreditar!
2 comentários:
and the girl?
a miúda? a miúda vai casar com ele... :D
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