Amor.
Porque ter um bebé em casa é maravilhoso e preenche a vida das pessoas.
Relativamente à última frase do post anterior, posso dizer-vos que é um misto de realidade e sarcasmo puro, porque ter um bebé recém-nascido em casa é um terror maravilhoso!
Por outro lado, é verdade que ter um bebé em casa preenche mesmo a vida das pessoas - preenche as manhãs, as tardes, as noites, todas as atenções, as horas de comer, tomar banho e fazer xixi. Preenche tanto a vida das pessoas que elas quase se esquecem que já tinham uma vida ab (antes do bebé).
Talvez o meu historial tenha influenciado a minha forma de viver a maternidade, mas posso dizer-vos que passei imenso tempo em modo "sobrevivência". Não a minha sobrevivência - que eu nunca mais tive grande importância na minha vida - mas a sobrevivência do meu filho.
Não era o amor que dominava a minha existência, não senhores. A minha existência era dominada pelo pânico de que algo pudesse não estar bem com o meu filho. Nos primeiros tempos, tinha um único objectivo na vida: garantir que o meu filho estava seguro e bem. Bem alimentado, a descansar convenientemente, com a dose adequada de colinho e, acima de tudo, saudável.
Nos primeiros dias em casa, tentei amamentar o meu filho. Tentei muito, juro que tentei! Como ele era muito pequenino tínhamos de o alimentar de 3 em 3 horas, sem falhas! Então, de 3 em 3 horas, eu tentava e ele gritava. Tirava leite com a bomba e ele bebia do biberão. Outras 3 horas, outra tentativa, mais gritos, biberão. Em repeat até à primeira consulta, cerca de 10 dias depois de ele ter alta. São, assim por alto, cerca de 80 tentativas (sou boa com números, what can I say?).
A conclusão da primeira consulta foi a seguinte: "calma, pais, pelo menos não perdeu peso.". Naqueles dias o nosso bebé tinha engordado 10 grama. 10. Recebemos instruções para começar a dar suplemento ao bebé.
Passamos os primeiros 2 meses de vida do nosso filho com o despertador a tocar de 3 em 3 horas. O ritual era o seguinte: tentar amamentar, gritos, biberão, adormecer o bebé, tirar leite com a bomba, tentar descansar, repeat. Quando ficava escuro lá fora era noite e depois, quando ficava claro, era dia. Só isso.
No primeiro mês ainda tive o meu marido em casa comigo, mas no segundo estive sozinha. Exausta. Sem noção do tempo. Sem vida. E o sentimento de solidão que se apoderou de mim? É uma carga demasiado pesada para uma pessoa carregar sozinha. É uma carga tão pesada que nos impede de viver o momento convenientemente, com o coração a transbordar de amor e em modo felicidade plena.
Ao fim de dois meses tivemos carta branca para deixarmos o bebé dormir livremente no período nocturno. Claro que demorou algum tempo até ele perder o hábito das 3 horas, mas as coisas lá foram melhorando.
Mais um mês se passou e eis que... A criança decide que beber leitinho é sobrevalorizado. Começou a beber cada vez menos e nós a esforçar-nos cada vez mais para que bebesse - já só conseguíamos que bebesse leite enquanto andávamos a passear com ele pela casa. Fiz quilómetros dentro daquela casa. Alimenta-lo começou a ser um processo penoso e a hora do leitinho já era antecipada com uma boa dose de ansiedade.
Até que, um belo dia, ele decidiu abandonar a alimentação. Simplesmente, deixou de beber leite.
Pânico!
Porque ter um bebé em casa é maravilhoso e preenche a vida das pessoas.
Relativamente à última frase do post anterior, posso dizer-vos que é um misto de realidade e sarcasmo puro, porque ter um bebé recém-nascido em casa é um terror maravilhoso!
Por outro lado, é verdade que ter um bebé em casa preenche mesmo a vida das pessoas - preenche as manhãs, as tardes, as noites, todas as atenções, as horas de comer, tomar banho e fazer xixi. Preenche tanto a vida das pessoas que elas quase se esquecem que já tinham uma vida ab (antes do bebé).
Talvez o meu historial tenha influenciado a minha forma de viver a maternidade, mas posso dizer-vos que passei imenso tempo em modo "sobrevivência". Não a minha sobrevivência - que eu nunca mais tive grande importância na minha vida - mas a sobrevivência do meu filho.
Não era o amor que dominava a minha existência, não senhores. A minha existência era dominada pelo pânico de que algo pudesse não estar bem com o meu filho. Nos primeiros tempos, tinha um único objectivo na vida: garantir que o meu filho estava seguro e bem. Bem alimentado, a descansar convenientemente, com a dose adequada de colinho e, acima de tudo, saudável.
Nos primeiros dias em casa, tentei amamentar o meu filho. Tentei muito, juro que tentei! Como ele era muito pequenino tínhamos de o alimentar de 3 em 3 horas, sem falhas! Então, de 3 em 3 horas, eu tentava e ele gritava. Tirava leite com a bomba e ele bebia do biberão. Outras 3 horas, outra tentativa, mais gritos, biberão. Em repeat até à primeira consulta, cerca de 10 dias depois de ele ter alta. São, assim por alto, cerca de 80 tentativas (sou boa com números, what can I say?).
A conclusão da primeira consulta foi a seguinte: "calma, pais, pelo menos não perdeu peso.". Naqueles dias o nosso bebé tinha engordado 10 grama. 10. Recebemos instruções para começar a dar suplemento ao bebé.
Passamos os primeiros 2 meses de vida do nosso filho com o despertador a tocar de 3 em 3 horas. O ritual era o seguinte: tentar amamentar, gritos, biberão, adormecer o bebé, tirar leite com a bomba, tentar descansar, repeat. Quando ficava escuro lá fora era noite e depois, quando ficava claro, era dia. Só isso.
No primeiro mês ainda tive o meu marido em casa comigo, mas no segundo estive sozinha. Exausta. Sem noção do tempo. Sem vida. E o sentimento de solidão que se apoderou de mim? É uma carga demasiado pesada para uma pessoa carregar sozinha. É uma carga tão pesada que nos impede de viver o momento convenientemente, com o coração a transbordar de amor e em modo felicidade plena.
Ao fim de dois meses tivemos carta branca para deixarmos o bebé dormir livremente no período nocturno. Claro que demorou algum tempo até ele perder o hábito das 3 horas, mas as coisas lá foram melhorando.
Mais um mês se passou e eis que... A criança decide que beber leitinho é sobrevalorizado. Começou a beber cada vez menos e nós a esforçar-nos cada vez mais para que bebesse - já só conseguíamos que bebesse leite enquanto andávamos a passear com ele pela casa. Fiz quilómetros dentro daquela casa. Alimenta-lo começou a ser um processo penoso e a hora do leitinho já era antecipada com uma boa dose de ansiedade.
Até que, um belo dia, ele decidiu abandonar a alimentação. Simplesmente, deixou de beber leite.
Pânico!