"isto assim não pode ser, é demasiado drama!!"
e ela chorava como se o mundo fosse acabar naquele instante. não queria falar-lhe, eventualmente ele perceberia que ela estava a sofrer e tentaria, certamente, acalmar-lhe a dor. é o que os apaixonados fazem: tudo para ver o outro sorrir. carinhos, promessas, "eu adoro-te"s, um simples abraço, qualquer coisa, ela esperava qualquer coisa, mas apenas recebeu aquilo... "... é demasiado drama!". e acabou por perceber que ele tinha razão: era, de facto, demasiado drama! muito mais drama do que o que aquela relação valia para ele, percebeu ela too little too late...
e deitava-se a pensar naquilo. era tão estranha a forma superficial com que ele encarava a relação dos dois "mas ele é rapaz e os rapazes são assim... acho eu..."... "sim, claro que são!! são todos assim!!"... "damn, és mesmo dramática, mulher, se calhar o melhor é pedires desculpa..."... "és mesmo gaja, pá!!"... "damn you!!" e pedia desculpa, nunca deveria ter chorado por uma coisita daquelas. era fraca e sabia disso! muito fraca! em nenhuma das situações que a fizeram chorar havia razões para tanto drama, mas ela dramatizava na mesma, a fraca!
parecia que não tinha auto-controlo, o raio da rapariga! não havia paciência! o que é que ela achava que ia conseguir com aquela atitude? a cada lágrima que lhe escorria pela face ele sentia mais vontade de se afastar. não era daquilo que ele precisava, ele precisava mesmo era de alguém confiante que estivesse ao seu lado e apreciasse a sua forma de encarar a vida. és uma mulher ou és um rato? pelas reacções dela ele temia que lhe começasse a nascer pelugem e uma cauda. houve uma altura em que chegou a pensar que ela era "a tal", como se pensa sempre que se inicia uma relação, chegou a dizer-lhe que daria um bom marido no futuro, imagine-se. mas não, definitivamente ela não era mulher para ele, não com aquelas atitudes! até o sentido de humor, que outrora tinha sido dos bons, estava avariado. sim, ele tinha a certeza - ela tinha avariado.
ela já não sabia o que fazer. ele não lhe limpava uma lágrima do rosto, nem uma que fosse, e parecia ficar zangado quando ela chorava. era "demasiado drama!" e ela não conseguia livrar-se dele, de tão fraca que era. e o pior é que a cada dia que passava se sentia mais e mais dramática. era medo, descobriu mais tarde, ela era mesmo assim, andava sempre com medo de tudo. medo de ter, medo de não ter, medo de falar e de não falar, medo de pensar e não pensar, as suas próprias reacções eram motivo de medo e por isso raramente reagia ao que quer que fosse. era sempre mais seguro fingir que estava tudo bem. mas as lágrimas ela não conseguia evitar, o que resultava sempre num inexplicável rio a correr-lhe pela cara abaixo. sem explicações, só o rio. era mais seguro assim!
ele não compreendia nada e ela também não se esforçava muito por explicar. acharia ela que ele adivinhava coisas? que por obra do altíssimo conseguiria descobrir tudo o que ela estava a pensar? estaria ela sequer a pensar? nunca se sabe, as raparigas são muito estranhas, se calhar as lágrimas eram só uma reacção física a qualquer substância... ele nunca iria perceber as mulheres. mas que interesse poderia ter numa miúda assim? aquilo não estava a correr nada bem e ele já não sabia como lidar com aquela situação. ele começou a questionar-se sobre se queria lidar com a situação. sobre se valeria a pena lidar com a situação. a balança começou a balançar a favor do "não". mas ela, que ainda há pouco tempo estava no patamar de "a tal", não podia ter mudado assim tanto. ele estava confuso, já não sabia o que fazer. mas uma coisa ele sabia bem: não precisava daquele drama todo na sua vida. ou as coisas mudavam ou...
ela precisava tanto que ele a compreendesse. tanto! mas ele não a compreendia... ele não conseguia lê-la. ela sentia que as coisas estavam a mudar. sentia-o a afastar-se, sentia que ele já não precisava dela e muito menos dos seus dramas. viu-se obrigada a reagir! e o que lhe custou reagir... o medo!! e desta vez ela conhecia bem o preço da sua reacção... as coisas mudaram. ela demorou algum tempo a percebe-lo mas uma vez percebido - percebido para sempre, salvo indicações em contrário. essas indicações não chegaram.
ela mudou. subitamente decidiu que não queria viver assim. assim como? estava magoada, dizia ela. mas magoada com o quê? pareceu-lhe que queria que ele lhe dissesse alguma coisa mas ele não sabia o que dizer. não disse nada.
ele não compreendia nada e ela também não se esforçava muito por explicar. acharia ela que ele adivinhava coisas? que por obra do altíssimo conseguiria descobrir tudo o que ela estava a pensar? estaria ela sequer a pensar? nunca se sabe, as raparigas são muito estranhas, se calhar as lágrimas eram só uma reacção física a qualquer substância... ele nunca iria perceber as mulheres. mas que interesse poderia ter numa miúda assim? aquilo não estava a correr nada bem e ele já não sabia como lidar com aquela situação. ele começou a questionar-se sobre se queria lidar com a situação. sobre se valeria a pena lidar com a situação. a balança começou a balançar a favor do "não". mas ela, que ainda há pouco tempo estava no patamar de "a tal", não podia ter mudado assim tanto. ele estava confuso, já não sabia o que fazer. mas uma coisa ele sabia bem: não precisava daquele drama todo na sua vida. ou as coisas mudavam ou...
ela precisava tanto que ele a compreendesse. tanto! mas ele não a compreendia... ele não conseguia lê-la. ela sentia que as coisas estavam a mudar. sentia-o a afastar-se, sentia que ele já não precisava dela e muito menos dos seus dramas. viu-se obrigada a reagir! e o que lhe custou reagir... o medo!! e desta vez ela conhecia bem o preço da sua reacção... as coisas mudaram. ela demorou algum tempo a percebe-lo mas uma vez percebido - percebido para sempre, salvo indicações em contrário. essas indicações não chegaram.
ela mudou. subitamente decidiu que não queria viver assim. assim como? estava magoada, dizia ela. mas magoada com o quê? pareceu-lhe que queria que ele lhe dissesse alguma coisa mas ele não sabia o que dizer. não disse nada.