segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

tampa dos infernos


sabem quando fazemos alguma coisa ridícula e no fim olhamos à volta para nos certificarmos de que ninguém viu? e sabem qual é a sensação com que se fica quando alguém está a olhar e a rir-se de nós?

aconteceu hoje, à amiga de uma amiga de uma amiga minha, quando ela tentou, durante um considerável período de tempo, tirar a tampa a uma garrafa de pleno, sem sucesso. ficou com as duas mãos vermelhas e a doer. no final do processo - que apenas foi dado por terminado devido à dor física e psicológica - olhou para o lado e lá estava ele, o sorrisinho de quem tinha presenciado toda a cena.  foi um sorriso simultaneamente de gozo e piedade seguido de um "queres ajuda?".
disse que não, não se sentia psicologicamente capaz de aceitar ajuda depois do sorriso de que tinha sido alvo.
algumas horas volvidas e já se sentia melhor, mais e forte e capaz de tudo, até de pedir ajuda para tirar a tampa da garrafa... ao sorriso. ele tirou a tampa com ar descontraído e afirmou, como quem fala a sério, que foi difícil. ela não acreditou.

já agora, as tampas das garrafas de pleno são criaturas do inferno disfarçadas de plástico ranhurado, com vontade própria e uma enorme tendência para a resistência. disse-me a amiga da amiga da amiga da amiga...

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