sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Aproveita agora para dormir porque depois... #2

A semana lá se passou, sem qualquer sobressalto ou dor aguda.

- Ah, cá está ele! Parece estar tudo normal.

Depois do incrível momento em que se ouve o bater do coração do bebé, mesmo sem haver uma silhueta humana definida no ecrã, voltaram as preocupações:

- Você tem a placenta baixa.
- Ok, doutora, e então o que é que isso significa?
- É uma gravidez de muito alto risco. Você tem de ficar de repouso, não fazer esforços e evitar caminhar.

Evitar caminhar? Aos 2 ou 3 meses? Ah? O que é que se passou aqui?

Aos 4 meses estava de baixa médica por gravidez de risco. Evitei caminhar e estive num repouso moderado até ao 5 mês, que foi quando interiorizei que era a sério e parei todas as actividades que, até ali, me tinha permitido continuar a fazer.

Fui fazendo todas as ecografias e testes que me foram prescritos e as coisas decorriam dentro de uma normalidade relativa, dadas as limitações que me tinham sido impostas e o facto de ter sido necessário repetir a ecografia morfológica, porque a médica não conseguia garantir que o osso do nariz estava lá - sendo este um dos principais critérios de avaliação da probabilidade de haver uma trissomia. Repetiu-se, estava tudo bem.

Ao contrário de todos os relatos que já ouvi sobre o temido teste de glicemia, o meu correu lindamente. Bebi a mixórdia doce, aguardei os enjoos e má disposição mas eles não chegaram. Passou uma hora, passaram duas e eu não senti absolutamente nada! Zero! Ah, boa, Numbi, de certeza que vai estar tudo bem! disse-me uma amiga. Não estava.

- Você está com diabetes gestacional.
- Ok, doutora, e então o que é que isso significa?
- Vai ter de fazer uma dieta rigorosa e talvez ter de tomar comprimidos.
- Tem riscos para o bebé?
- Sim, pode ter.

E assim continuou a saga gravidez:

Evitar caminhar e reduzir a mínimos dolorosos o consumo de tudo o que me apetecia comer: pão, arroz, pão, massa, pão, batatas, pão, fruta, pão, etc. 

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