blush

há uma coisa que desgosto verdadeiramente em mim: corar!

eu sou uma daquelas pessoas que está sempre com ar culpado. "quem é que comeu uma sopa hoje?" "eu...:$" "foste tu que regaste as plantas?" "fui...:$" "tu, fizeste os trabalhos de casa?" "fiz...:$", como se não houvesse salvação p'ra mim. sou culpada, pronto. fico vermelha, corada, quente, a ferver. e depois, como sei que estou assim e sei que os outros também sabem, começo a ficar mais nervosa e mais vermelha e mais quente e fervo mais. e, como todos sabemos, temperatura a mais danifica o cérebro e, como todos sabemos, quando o cérebro abranda... pois, é isso mesmo que acontece, deixo de pensar como deve ser e só digo disparates (mais do que o habitual e de forma descontrolada...). e depois, como sei que estou a dizer disparates e que os outros também conseguem perceber isso (porque não deve ser muito difícil...) começo a ficar mais nervosa e mais vermelha e mais quente e fervo mais e o meu cérebro fica ainda mais danificado e começo a dizer ainda mais disparates e... é dramático. 

detesto!! fico vermelha quando se dirigem a mim, quando tenho de me dirigir a alguém, quando me ligam e quando ligo a alguém, quando as coisas correm como o previsto e quando descarrilam, quando é, quando não é e quando talvez seja. e, claro, ficar vermelha arruína qualquer réstia de auto-confiança que uma pessoa possa ter. "dois mais dois?" vermelha "dois mais dois são..." "deixe tar, deixe tar... da próxima vez estude mais..." "mas, mas..."

hoje encontrei um colega no supermercado, um daqueles colegas que encontramos muito de vez em quando e aos quais não temos muito a dizer "às comprinhas?" "tudo bem?" "sim, e ctg?" "ah, também..." acho que passei rapidamente de vermelho para roxo, sim acho que fiquei roxa, e sabem porquê?? eu também não sei!! detesto!!

já agora: não sei porque chamam blush àquele pó cor de rosa que as (outras) miúdas põem na cara, porque corar a sério não é mesmo nada parecido. mesmo mesmo nada parecido... mesmo... mesmo...