quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

não sei o que fazer da minha vida...

depois de ler a notícia sobre a senhora (menina, era menina que queria escrever) de 29 anos (quase 30) que se suicidou porque, com aquela, idade ainda não estava casada nem tinha filhos. 

eu sei que é um assunto demasiado sério para ser encarado com humor (vou apelar ao charlie, neste caso), mas acho que a minha condição de senhora (menina, era menina que queria escrever) de 32 anos (quase 33) que, com esta idade, ainda não está casada e não tem filhos me permite falar disto com um certo à vontade.

quando era jovem, (há muitos, muitos anos, portanto) e as minhas amigas começaram a casar e a ter filhos, eu pensava coisas como "como é que é possível?". ficava sempre surpreendida com a precipitação da coisa, com o passo tão sério que pessoas tão jovens estavam dispostas a dar. para sempre. à data, por alturas da mudança de século, achava eu que 2010, quando estivesse no alto dos meus 28 aninhos, seria uma boa altura para assentar. "nessa altura já vou ser muito madura e vou sentir-me preparada!", pensava eu, na minha gigantesca inocência, mas o tempo foi passando e não aconteceu nada. nada. estou na mesma.

até há bem pouco tempo, nunca, mas mesmo nunca me tinha ocorrido que o problema poderia estar na minha imaturidade e não na maturidade precoce das outras pessoas, como eu concluía sempre. e, verdade seja dita, ainda não sou a pessoa mais madura do mundo e casar ainda me parece demasiado permanente. (sim, tenho 32 anos (quase 33)... por fora.) não que não pense no assunto - penso no assunto e, secretamente, invejo todos os meus amigos que casaram e têm relações estáveis, mas o meu problema é o seguinte: até que a morte nos separe. 
a sociedade já simplificou o assunto e o divórcio evita muitos suicídios (em modo: se é preciso morrer - que seja!), mas ainda assim as pessoas casam com o objectivo lua: para sempre! (nem todas, eu sei, algumas casam pela festa, mas estou a falar das pessoas mais comuns).

a minha imaturidade associada às minhas experiências amorosas transmitem-me mensagens pouco abonatórias ao passo "para sempre". imagino uma voz assustadora a sussurrar-me ao ouvido "paaaaaraaaaaa seeeeeeempreeeeee!!! uuuuuuuuh!" e fico assustada, claro que fico assustada. "ah, e tal, tens de estar ciente (pensei que esta palavra só existia na forma falada, às vezes surpreendo-me comigo própria. um ror de vezes, até. e vou ficar por aqui, nisto do vocabulário manhoso.) de que a paixão passa. a certa altura fica apenas o respeito e o companheirismo.".

ah? come again? eu li "o diário da nossa paixão", amigos. ou é para sempre ou não é! e, verdade seja dita, a fase pré-divórcio-vamos-fazer-um-esforço-nem-que-seja-só-pelas-crianças-lembra-me-outra-vez-porque-é-que-casei-contigo-tu-mudaste-tu-também deve ser péssima! conhecendo-me como me conheço, diria que uma fase desse tipo poderia arruinar a minha saúde psicológica.

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