terça-feira, 7 de maio de 2013

o segundo encontro

"olá!" "olá!"

este era o único diálogo que tinham previamente preparado para o seu segundo encontro. ainda não se tinham encontrado nenhuma vez, mas concordaram em concordar que os primeiros encontros são demasiado constrangedores e decidiram passar directamente ao segundo encontro. depois tratariam do primeiro... assim seria tudo muito mais simples e descontraído. ele ainda chegou a dizer-lhe "no nosso segundo encontro vou dizer-te que já tinha saudades daquele abraço grande que me deste no nosso primeiro encontro!" mas ela ficou com dúvidas... aquilo era capaz de soar um bocadinho estranho, uma vez que o seu primeiro encontro aconteceria posteriormente ao segundo e... pronto, seria estranho.
tinham combinado encontrar-se num local público, que ambos conheciam muito bem, mas ela esperava que, por ser ao fim-de-semana, esse local fosse estar quase vazio. não se confirmou! quando lá chegou deparou-se com um sem fim de carros estacionados, com autocarros, gente por todo o lado e tudo a que tinha direito. "não lhe perguntei qual é o carro dele, houston we have a problem..." pensou ela. no meio daquela gente toda ela não o iria encontrar, era quase certo, mesmo tratando-se de uma pessoa que se destacava na multidão. mas mal acabou de enviar uma mensagem a perguntar-lhe que carro conduzia, eis que ele saiu de um carro, estacionado a uns cem metros do seu. ela acenou-lhe e ele iniciou o percurso que acabaria por extinguir a distância que os separava.

- olá! - disse ele, depois de se aproximar o suficiente para o poder dizer de uma forma suave mas decidida.
- olá! - respondeu ela, num tal estado de embaraço que nem sequer lhe permitia ter controlo sobre a sua  própria voz.

ele pouco esperou para a abraçar com tanta força que ela se sentiu asfixiar, completamente envolvida nos seus braços e com a cabeça encostada ao seu peito. ela tentou retribuir o abraço da melhor forma que conseguiu, dadas as circunstâncias. quando finalmente descolaram um do outro foram trocando olhares tímidos e fugidios até que num olhar mais prolongado, três segundos, mais coisa menos coisa (world class record, é o que reza a história) ela lhe disse:

- vá, podes começar!! - como quem atira toda a responsabilidade de um futuro para as próximas palavras dele.

e foi nesse preciso momento que ele percebeu que, a partir desse dia, nada mais seria igual. percebeu que sim, não, esquerda e direita já não seriam as decisões mais difíceis que teria de tomar e que a sua vida se tinha complicado para sempre. foi ela quem lhe arruinou a vida e a sua consciência permanecia pura e intacta, como se nada tivesse acontecido.

das duas uma: ou ela é uma pessoa má ou... não.

4 comentários:

Rui Ferreira disse...

eu apostava no "NÃO".

numbi disse...

;)

numbi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Eu também! =)

E... UAU!!