terça-feira, 8 de julho de 2014

a lei da vida é uma merda.

ainda ontem dizia que o meu conceito de "gente jovem" tem evoluído com o passar dos anos. lembro-me de ser adolescente e pensar que as pessoas com 30 anos eram velhas. não velhas, velhinhas, mas já entradotas na idade. hoje, com 32, parece-me que até aos 40 está tudo controlado, afinal de contas os 30 são os novos 20, mesmo que a natureza não esteja de acordo com estas modernices.

mas não é dos meus 32 anos que quero falar. quero falar dos 89 anos do meu avô e das consequências dessa bela idade na vida de uma família inteira.

o meu avô de 89 anos é o último da sua geração, na minha família. a minha avó, esposa do meu avô de 89 anos, faleceu em 1999. na altura, embora já fosse crescida, acho que não percebi que se tratava do início de um processo. um processo chamado "lei da vida".
o meu outro avô, de 85 anos, faleceu em 2005 e a minha outra avó em 2012. e mesmo ali, no alto dos meus 30 anos, eu não consegui perceber o que estava a acontecer.

agora que o meu avô de 89 anos está mal, cheio de problemas de saúde e com a vida em contagem decrescente é que me está a assolar esta realidade dolorosa: com o meu avô partirá toda a primeira geração que conheci - a geração dos avós.

como se isso não fosse mau o suficiente há uma coisa que me preocupa ainda mais: desaparecendo a geração dos avós a geração dos pais transforma-se na mais velha. a geração que a lei da vida vai levar a seguir. e eu simplesmente não consigo encarar isto com naturalidade. não consigo.

1 comentário:

Jolie disse...

Não penses nisso ... ou pensa que isso está ainda muito distante, e efectivamente está, acredita.