a aventura começou à chegada ao aeroporto de marraquexe, quando tentaram cegar-nos com lixívia! calma, claro que não nos atiraram lixívia para os olhos, mas a casa de banho tinha um cheiro tão forte, tão forte que pensei que não sobreviveria! em 3 minutos de casa de banho fiquei com dores nos olhos e na garganta, damn! (mas pelo menos estava limpa, ieeey!) ainda no aeroporto tentaram obrigar-nos a ir de taxi para a riad "big taxi? for 6 people. good price!" "não queremos, obrigada, vamos de autocarro!" "o autocarro demora meia hora a chegar lá, e eu faço o mesmo preço. big taxi? good price!" "não obrigada!" a oferta até poderia parecer atractiva, não fossem todos os taxis carros de 5 lugares. (mais tarde percebemos que em marrocos os carros não são de 5 lugares, são dos lugares que forem necessários. também percebemos que é obrigatório usar capacete mas... eu não vi nenhum... mas é obrigatório, mas... e também que os peões têm prioridade: sempre!! só que há condutores que não sabem disso e por isso é preciso ter muito cuidado ao atravessar a rua, principalmente as que têm mais de 3 faixas de rodagem para cada lado... o manual dizia qualquer coisa como: cuidado, olhar para a direita, cuidado, cuidado, olhar para a esquerda, cuidado, cuidado, cuidado, voltar a olhar para a direita, cuidado, etc...)
não vou comentar o cheiro da cidade, porque quando o pânico se instala uma pessoa deixa de se preocupar com isso. "em busca da riad perdida" - à tugas, com muita confiança e um nadita de insensatez à mistura, tentamos descobrir a riad sozinhos. (eu devia ter desconfiado que não seria fácil de encontrar quando pus a morada no google maps e ele me informou "morada aproximada", na altura pensei que o google estava só a brincar... não se confirmou, o google estava a falar muito a sério!!) nós estávamos mesmo a pedi-las - bagagens às costas, mapa nas mãos e ar de burros (a olhar para o palácio) = carne fresca. lá fomos seguindo o mapa e sendo seguidos por fantásticos marroquinos ansiosos por poderem dar-nos uma dica. por entre barracas, barraquinhas e barracões, marroquinos e turistas, bicicletas, motorizadas, carros e burros, por entre aquela organização caótica, dizendo "não, obrigada." até chegarmos à "morada aproximada": "e agora? esta rua não está aqui no mapa..." e lá veio um deles "para onde?" "dar malak" "é por aqui..." (é aqui que começa o pânico, não está esquecido!) o nosso simpático guia levou-nos por um beco onde não se via vivalma. "é por aqui, não há problema, é por aqui..." e chegados ao fim do beco ele anuncia "é aqui!" uma porta igual a todas as outras portas, sem qualquer tipo de anúncio ou distinção. "esperem só um minuto, não há problema, só um minuto!" deu meia volta e desapareceu. (é agora.) "ele foi buscar os amigos!!" "vamos ser assaltados!!" "não podemos ficar aqui, vamos segui-lo!" e lá fomos atrás do homem. não precisamos de andar muito para voltarmos a encontrar o senhor, que vinha com um sorriso a dizer "ah, afinal é por aqui, enganei-me, é por aqui!" tive medo, tive muito, muito medo! acabou por nos indicar outro beco (damn) que levava directamente à porta da nossa riad. "obrigada, aqui tem." estendemos-lhe uma nota de 20 dirhams (cerca de 2€). "são 50." "só temos 20..." "são 40..." "só temos mesmo 20." "obrigado. boa estadia." "obrigada."
e como depois da tempestade vem a bonança, o resto da viagem foi pacífica porque "afinal estes gajos não são violentos, apenas querem ganhar uns trocos à custa dos turistas."
à parte de toda a gente pensar que somos espanhóis, de dizerem sempre "portuguêsh, obrigado, batata frita." quando descobriam que (afinal) existe um país chamado portugal, de eu ter comprado uma pulseira que cheira a bicho morto e de terem tentado esfolar-me num hammam, correu tudo muito bem!
ps: alergia e olhos inchados podem acontecer em qualquer país, não é?
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