segunda-feira, 5 de novembro de 2012

sonhei contigo.

é tão raro lembrar-me dos meus sonhos que, por vezes, até duvido que os tenha, de todo.

ontem sonhei contigo. consegui ver-te tão nítido que fiquei surpreendida com a capacidade da minha mente de guardar pormenores e insistir em não mos dar quando estou acordada. 
lembrei-me de nós e da nossa história. e é uma longa história. confesso que só me lembrei de algumas partes, as que achei mais convenientes na altura, como faço sempre. porque não penso nas partes más quando quero lembrar-me de ti e de quem foste e porque não me lembro das partes boas se o meu objectivo for dizer-te o quanto me magoaste. 

e magoaste-me tanto! sabes porquê? porque quando somos magoados por gente que nos é querida dói mais! e tu foste tão importante para mim! embora não consiga desfazer-me de uma certa mágoa, que ficou alojada no meu coração, posso garantir-te que continuas a ser e serás eternamente uma pessoa importante para mim.

e fizeste-me tão feliz! a cumplicidade que partilhamos foi tão intensa! ou terá sido o "efeito adolescência"? não foi, pois não? não, claro que não, aquilo era a sério! lembro-me de coisas tão básicas como um jogo de bilhar, uma rosa numa caixa de cartão ou um abraço no jardim e sei que não foi nenhum efeito especial, foi muito a sério!

depois nós mudamos. as nossas prioridades mudaram. mudaram os rumos das nossas vidas. apagou-se a luz que brilhava nos nossos olhos quando eles se cruzavam. o tempo teve um efeito devastador no elo que nos unia. morreu qualquer coisa em mim, ou em ti, não sei bem, o que sei é que de repente éramos dois estranhos a falar línguas diferentes. aliás, não sei sequer se conseguias ouvir-me...

a nossa história dava um livro, não achas? é retórica, eu sei bem que sim! 

é simultaneamente um passado tão longínquo e tão recente que dá a sensação de ser a história de uma vida inteira. uma vida que acabou quando morreu qualquer coisa em mim, ou em ti, não sei bem...

sonhei contigo.

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