segunda-feira, 14 de maio de 2012

o desespero

tudo nos parece tão supérfluo, tão estúpido e pequenino quando algo realmente grave acontece…

aquela constipação que prometia ocupar da pior forma o meu fim-de-semana e o cansaço de sexta-feira à tarde, que parecia apoderar-se de mim e impedir que conseguisse reagir a qualquer solicitação, não tiveram a mais pequena hipótese de reinar perante a frase “o teu irmão teve um acidente de mota!” ou, em versão mais soft, “toma lá um murro no estômago e vê lá como te sentes!”.  escrevi “versão mais soft”? ah, pronto, era isso mesmo que queria escrever! nunca apanhei um murro no estômago, mas tenho a certeza de que custa menos do que “o teu irmão teve um acidente de mota!”.

naquela manhã acordei mal disposta! não me apetecia levantar para ir tomar banho e quando finalmente me decidi a ir estava na hora de o meu irmão chegar da corridinha matinal e ir ao banho. tivemos uma pequena discussão sobre a gestão do tempo na casa de banho (ou eu tive uma discussão mental sozinha ou whatever)… fiquei ainda de pior humor, amuei e ignorei-o!!

“ o teu irmão teve um acidente de mota!” foi cruel! teria sido cruel em qualquer dia e a qualquer hora, mas naquele dia foi agravado! eu não tinha falado alegremente com ele, como faço todas as manhãs, não tinha sequer dito o “adeeeeeeus!” habitual de quando um de nós sai para o trabalho. naquele dia eu não sabia se ele tinha noção do quanto eu gosto dele! porque se gostava tinha disfarçado muito bem, naquela manhã... naquele dia doeu ainda mais…

a palavra que melhor define o meu estado de espírito quando recebi a notícia é: desespero!

felizmente, para mim e para o mundo, as coisas acabaram por ser menos graves do que se previa, para o meu irmão.

tragicamente há uma vítima mortal a lamentar.

passo agora a lançar o apelo mais egoísta de sempre:

familiares e amigos,

por favor cuidem-se porque eu não sei o que seria de mim sem vocês!!! por favor, sim??

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