tudo nos parece tão supérfluo, tão estúpido
e pequenino quando algo realmente grave acontece…
aquela constipação que prometia ocupar da
pior forma o meu fim-de-semana e o cansaço de sexta-feira à tarde, que parecia
apoderar-se de mim e impedir que conseguisse reagir a qualquer solicitação, não
tiveram a mais pequena hipótese de reinar perante a frase “o teu irmão teve um acidente de mota!” ou, em versão mais soft, “toma lá um murro no estômago e vê lá como
te sentes!”. escrevi “versão mais soft”? ah, pronto, era isso mesmo que
queria escrever! nunca apanhei um murro no estômago, mas tenho a certeza de que
custa menos do que “o teu irmão teve um
acidente de mota!”.
naquela manhã acordei mal disposta! não me
apetecia levantar para ir tomar banho e quando finalmente me decidi a ir estava
na hora de o meu irmão chegar da corridinha matinal e ir ao banho. tivemos uma
pequena discussão sobre a gestão do tempo na casa de banho (ou eu tive uma
discussão mental sozinha ou whatever)… fiquei ainda de pior humor, amuei e
ignorei-o!!
“ o
teu irmão teve um acidente de mota!” foi cruel! teria sido cruel em qualquer
dia e a qualquer hora, mas naquele dia foi agravado! eu não tinha falado
alegremente com ele, como faço todas as manhãs, não tinha sequer dito o “adeeeeeeus!”
habitual de quando um de nós sai para o trabalho. naquele dia eu não sabia se
ele tinha noção do quanto eu gosto dele! porque se gostava tinha disfarçado muito bem, naquela manhã... naquele dia doeu ainda mais…
a palavra que melhor define o meu estado de
espírito quando recebi a notícia é: desespero!
felizmente, para mim e para o mundo, as coisas
acabaram por ser menos graves do que se previa, para o meu irmão.
tragicamente há uma vítima mortal a lamentar.
passo agora a lançar o apelo mais egoísta
de sempre:
familiares
e amigos,
por favor cuidem-se porque eu não sei o que seria de mim sem vocês!!! por favor, sim??
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