quinta-feira, 8 de novembro de 2012

chorar: precisa-se!

“...you know that a good, long session of weeping can often make you feel better, even if your circumstances have not changed one bit.” ― lemony snicket, the bad beginning

tempos houve em que eu não conseguia parar de chorar. fazia-o quase como respirava, automaticamente e porque era necessário. depois parei. passei quase seis meses sem derramar uma lágrima. chorar para quê? as coisas eram tão... cinzentas. não havia razões para chorar. e, mesmo que houvesse, a vida era assim mesmo e chorar não resolvia nada. não havia nada a fazer naquele mundo conformado. mas, lentamente, o meu mundo voltou a colorir-se e chorar passou a ser novamente uma reacção à tristeza, à mágoa, ao desgosto e a todos esses sentimentos maus que as lágrimas enfraquecem.

ultimamente sinto que o meu mundo está novamente a perder a cor. por vezes sinto que não vale a pena, que simplesmente tenho de aceitar as coisas como elas são e não deixar que isso me faça sofrer. sinto-me inerte... e nem sei bem o que esta palavra significa, quando aplicada à vida e as sentimentos, mas sinto-me assim, como uma pedra na estrada, à espera do próximo empurrão para me mexer.

apercebi-me deste meu estado de inercia no dia em que precisei de miminhos extra e recebi uma mensagem super querida, que me aqueceu o coração com um calor serpenteante que depressa subiu até aos meus olhos para voltar a descer pela minha face. foi uma sensação há tanto tempo desconhecida que conseguiu roubar a atenção que tinha dedicado à mensagem. fiquei a matutar naquela sensação que conhecia tão bem, mas que há tanto tempo me era uma completa estranha.

o que poderia ser o sinal de uma vida próspera e feliz apoderou-se de mim como uma tragédia. não é o meu extremo estado de felicidade que está a impedir-me de chorar, isso posso garantir-vos. não me faltam razões para derramar umas lágrimas. a distância à minha família é mais do que razão para precisar de chorar. no entanto, não choro. e acho que me faria tão bem derramar umas lágrimas. começa mesmo a tornar-se uma necessidade aliviar a carga emocional que carrego. sinto-me quase como que a observar-me de longe. preciso de voltar a apoderar-me de mim!

“crying relieves pressure on soul.”  toba beta, master od stupidity 
nota: poderia ter sido eu a escrever este livro.

3 comentários:

Jolie disse...

Quando a gente está longe, falta um ombro para encostar a cabeça ou um abraço que nos aconchegue. Não tem ninguém aí disposto a dar esse abraço? Tem de ser forte!
Levanta a cabeça, calça um sapato de salto alto e manda pra frente, garota!

numbi disse...

claro que tenho gente disposta a dar-me um abraço, jolie! tenho grandes amigos por cá!
obrigada pela força!! :)
adorei a parte dos saltos altos!! ;)

beijinho

Mar disse...

então é assim, escolhes aí um daqueles filmes que nos fazem chorar baba e ranho e pronto... mas não exageres na dose, porque esta coisa de chorar faz bem sim senhora (ainda ontem consegui comprovar tal facto a ver um filme dos bons) mas as lágrimas são muito salgadas e deixam-nos a pele seca. por isso depois toca a por um bom hidratante! :D
um xi