sexta-feira, 3 de agosto de 2012

picada no dedo

uma semana antes de vir para angola um colega da empresa disse-me: "temos um colega em coma com paludismo..." fiquei bastante impressionada com a notícia e, para que ficasse mais descansada, ele acrescentou "mas não te ponhas a fazer filmes..." que eu interpretei como "não penses que o homem vai morrer ou coisa que o valha..."
dois dias antes de eu vir para angola esse colega faleceu, vítima de paludismo.
como podem imaginar, esta notícia atingiu-me como um murro no estômago. "o quê? ainda se morre de paludismo? e eu vou mandar-me p'ra lá assim, à super heroína?? o que andas a fazer da tua vida numbi?" o pânico!

como já tinha aqui mencionado "em angola não há gripe", ao primeiro sintoma devemos correr para uma clínica, para fazermos o teste ao paludismo.

como menina bem mandadinha, que sou, ontem senti-me mal, doía-me a cabeça e os músculos logo, obviamente, concluí que estava mesmo muito mal, quase quase a bater as botinhas, e fui à clínica. fiz o meu primeiro teste da gota espessa: uma picada no dedo, para despiste do paludismo. deu negativo. diz a doutora que deve ser uma virose ou falta de vitaminas. agora ando metida no centrum...

embora as doenças tropicais me deixem peladinha de medo, fiquei positivamente surpreendida com o atendimento médico que por cá se pratica. não me ignoraram ou deixaram horas há espera, foi tudo muito célere e com resultados quase imediatos. não se preocuparam apenas em saber o que sinto agora, mas fizeram uma ficha clínica a meu respeito. sempre dá para respirar um bocadinho melhor, mas tendo sempre em vista a minha fragância de eleição: prebutix nº5.

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