sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

numbi e o kizomba

aka "omg, this looks like public preliminaries!!".


"dancei" kizomba, pela primeira vez, no sábado passado. e escrevi entre aspas porquê? perguntam vocês, super curiosos e já com macaquinhos perversos a passear nessas cabecinhas, ao que me vejo  humildemente obrigada a responder o seguinte: porque o que fiz ficou muito aquém do mais singelo conceito de dançar. simplesmente fiz companhia ao tipo que me convidou para dançar.

alguém me dizia há pouco que "as danças africanas envolvem sempre demasiado contacto físico" e, por muito que goste de contrariar as pessoas, deste vez vou concordar! é um facto: "o que é demais é erro", já dizia a minha avó!

passando a publicidade, há uma linha que separa a dança sensual dos prazeres da carne, e parece-me que nem toda a gente tem consciência da existência desta linha. já vi homens completamente alheios ao cenário que os rodeia, enquanto se perdem no movimento corporal da mulher que os acompanha naquele festim sensual. 

até ao sábado passado, sempre que passávamos à fase kizomba da noite, eu sentia-me uma espécie de voyeur frígida. se, por um lado, é interessante ver os casais angolanos a dançar, com todo aquele espírito sensual que lhes está entranhado na pele, por outro lado é um pouco decadente ver alguns homens numa luta inglória contra si próprios, quando a linha (a que referi ali em cima) começa a turvar-se-lhes nas mentes até desaparecer.

então a minha primeira (e talvez última, vamos ver se tudo corre como o planeado) experiência na área do kizomba correu mais ou menos assim: um tipo estendeu-me a mão, como quem me convida para dançar, e eu adverti-o logo "(ó migo) eu não sei dançar isto..." "aprendes, eu ensino-te! (anda dançar e está caladinha.)". agarrou-me, colou-se a mim e começou a abanar-se de uma forma que me pareceu, assim em poucas palavras, completamente aleatória! (agora em mais palavras: sem qualquer noção de ritmo e um bocadinho perversa demais para o meu gosto. se não estivesse toda a gente a dançar assim, eu diria que o tipo estava a tentar 'engatar-me'. não digo isto porque tenho a mania que sou boa, digo-o porque é realmente a sensação com que se fica... pronto, talvez tenha um bocado a mania, mas... ainda assim... que elas existem, existem!) e qual foi a minha reacção a tal investida? foi simples: fingi que era uma tábua de engomar até o moçoilo perceber que eu não tinha qualquer intenção de ser aluna dele! depois deste episódio  só havia uma coisa a fazer: esconder-me! mas, infelizmente, não tive sucesso e apareceu outra mão convidativa "não, a sério, eu não sei dançar isto! já estive a fazer figurinhas tristes há pouco...(não quero, a sério, por favoooor!!)" "é fácil, anda! (não aceito um não como resposta!)" e realmente este professor foi um bocadinho mais bem (ou melhor, não sei...) sucedido, porque me abriu as portas ao kizomba pimba (um para a esquerda, dois para a direita...), mas desconfio que aquela não é a forma oficial de dançar a coisa.

é triste desistir à primeira, eu sei, mas fiquei com a sensação de que o kizomba não é coisa para ser dançada com um estranho qualquer. mas não quero perder a esperança e talvez, quem sabe, um dia volte a dar uma hipótese ao kizomba, mas dessa vez acompanhada pelo pai dos meus filhos. (eu disse talvez, não disse?)

2 comentários:

Unknown disse...

Chica: quando escreves "dancei" usas aspas e não parêntises! :)
Sendo gajo, concordo com muito do que disseste! ;P também só dancei uma vez e... prolly passei a linha sem me aperceber...

numbi disse...

corrigido!! muita agradecida, sim? :)
pelo que tenho visto, não deve ser nada difícil passar a linha...