quinta-feira, 4 de outubro de 2012

a crise dos 7 anos...

como sou solteira e boa rapariga, esta crise não tem qualquer relação com as crises matrimoniais. descansem amigos, que não tenho nenhuma notícia bombástica para vos animar a semana. (na realidade não há crise nenhuma, mas pronto, até nem ficou mal ali em cima...).

fez ontem 7 aninhos que comecei a trabalhar na empresa que ainda hoje paga a camisola que visto (a do amor, sim... whatever...). 
estou há 7 anos a trabalhar na mesma empresa, com as mesmas pessoas e a fazer praticamente a mesma coisa. só muito recentemente fiz uma mudança drástica, que se resumiu ao seguinte: localização. se estou farta disto? sim, estou. se pelo menos gosto do que faço? não, nem por isso... se penso mudar? sim, penso nisso muitas vezes, mas depois acaba o intervalo do filme e isto passa. (acho que ao longo destes 7 anos criei anticorpos contra este mal.)
não estou a queixar-me. e daí, talvez esteja a queixar-me um bocadinho, vá, mas não é para terem pena de mim, porque no fundo sou uma miúda cheia de sorte e feliz. (só que nem sempre consigo lembrar-me disso porque estou demasiado ocupada a pensar em mudar. mas depois o intervalo acaba e isto passa.)

um dia, entre amigos da primária, há um que diz qualquer coisa como "sou um desgraçadinho, toda a gente a seguir com as suas carreiras e eu aqui desempregado." (eu sei que não foi isto, palavra por palavra, mas já tinhas bebido e eu agora posso escrever o que quiser, não é? sou eu que mando nisto tudo, certo? e, se calhar, até nem foste tu que disseste... pensa nisso...). vou responder-te, ó desgraçadinho: não somos a profissão que desempenhamos, somos o amigo, o marido, o filho, o pai, o namorado, o amante, o avô, o neto, somos até o desconhecido que sorri e que olha nos olhos. eu sei que há contas para pagar, mas também não somos a nossa conta bancária. não, nós somos o amigo, o marido, o filho, o pai, o namorado, o amante, o avô, o neto, somos até o desconhecido que sorri e que olha nos olhos. percebes? concentra-te nisto, sim?

posso dizer, sem correr riscos de ir parar ao inferno, que estes 7 anos valeram pelas relações pessoais  e pelo desenvolvimento pessoal 1000xs mais do que pela experiência e desenvolvimento profissional ou pelo dinheiro. sim, a experiência pode abrir-nos portas e sim, o dinheiro é importante e dá jeito para pagarmos as contas e nos mimarmos um bocadinho mas, nota importante, não teria tantas contas para pagar nem precisaria de tantos mimos se não trabalhasse, certo? just making a point...

fiz grandes amigos, ao longo destes 7 aninhos, vivi aventuras (algumas delas desventuras) conheci gente fantástica e da outra. viajei, conheci lugares e pessoas de outros países e aprendi muuuuitas coisas. o balanço é positivo, mesmo não fazendo uma coisa que me motiva.

próximo passo: ganhar coragem para mudar! de função, de localização, de cor de cabelo, de atitude... mudar.

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